Reservatório Elevado em Estrutura Metálica [DEMOLIDO]
Descrição
Durante o Governo de Paes de Carvalho, a Comissão de Saneamento do Estado encomendou à usina metalúrgica da empresa “Boudet, Donon & Cia”, de Paris, a fabricação em ferro fundido do reservatório que abasteceria de água os bairros da Campina e Cidade Velha. O projeto da obra ficou sob responsabilidade do fabricante.
A localização escolhida para a construção do reservatório foi o ponto mais elevado dos bairros da Campina e Cidade Velha na cota de 11 metros, como pode ser observado no mapa de Edmund Compton levantado em 1881.
Após a definição do local da construção, o governo promoveu a desapropriação dos prédios localizados na área escolhida, sendo desde a escavação da fundação feita de acordo com as plantas vindas de Paris. A primeira parte da encomenda chegou em 1900, pelo navio a vapor “Valesia”, vindo da França, com “702 volumes, pesando 206:585 quilos”.
Posteriormente, outros volumes descarregaram em Belém, vindos nos navios “Croatia” e “Hungaria”, com 890 volumes e pesando 234:904 quilos.
Em 1901, com o fim do governo de Paes de Carvalho, todo o material importado, até aquele ano, permaneceu por tempo considerável no porto da cidade. O governo de Augusto Montenegro iniciou em 1902 e em dezembro de 1904 foram retomados os estudos para a montagem do reservatório. Em janeiro de 1905, teve início o serviço de alvenaria, e em fevereiro de 1906 começou a montagem do Reservatório, orçada em 291:882$000. Em mensagem do governador Augusto Montenegro dirigida ao Congresso Legislativo do Pará em 7 de setembro de 1905, informa:
Em Dezembro de 1904 começaram-se os trabalhos das fundações do reservatório da rua Lauro Sodré, canto da travessa 1º de Março. começando-se pelo alargamento das escavações, que não estavam concluídas: em janeiro deu-se início ao serviço de alvenaria que está concluído, restando agora dar-se começo a montagem dos próprios reservatórios para o que mandei fazer o respectivo orçamento. Gastou-se nas fundações do tanque da travessa 1º de Março a quantia de 84:800$000 e 4.215 barricas de cimento que o Governo forneceu.
Além das peças encomendadas da França, Augusto Montenegro encomendou um gradil com um portão monumental de Glasgow, na Escócia, dos fabricantes Walter Macfarlane & Cia “para dar um aspecto ainda mais atraente e grandioso ao conjunto”. O engenheiro Inocêncio Holanda de Lima foi o responsável pela organização do orçamento e planos de construção e o engenheiro Francisco Bolonha pela direção do serviço.