Moinho Matarazzo

Descrição

Idealizado em 1898 por iniciativa de Francesco Matarazzo e inaugurado no ano de 1900, o empreendimento visava à moagem de trigo para atender ao crescente mercado consumidor paulista. Trata-se de um dos mais antigos moinhos do estado de São Paulo, projetado pelo arquiteto Nicolau Spagnolo. Sua localização é estratégica: no bairro do Brás, lindeiro à linha da São Paulo Railway, facilitando a chegada de trigo e o escoamento do produto beneficiado. Sua produção se ampliou e se diversificou ao longo dos anos, com a fabricação de óleo de algodão, que propiciou a criação da Tecelagem Mariângela (1904), localizada em frente ao Moinho, para aproveitamento do algodão na fabricação de sacos para a farinha produzida no Moinho. Para além de sua importância do ponto de vista da história empresarial, este tombamento é representativo como lugar de memória dos trabalhadores e da luta por melhores condições de trabalho. O tombamento conta com proteção especial de sua área envoltória por ter sido na Rua Monsenhor de Andrade local especial na luta dos operários paulistanos pela melhora de salários durante a Greve de 1917. Após o assassinato do sapateiro José Martinez pelas forças policiais paulistas, a greve ampliou sua proporção, com cerca de 100 mil trabalhadores de vários setores paralisados entre 9 e 16 de julho e se expandiu para outras cidades do estado, como Campinas e Santos, estendendo-se para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Pelotas. O movimento paredista ficou conhecido por Greve Geral de 1917.