Cemitério da Candelária
Descrição
O Cemitério da Candelária, em Porto Velho-RO, faz parte do conjunto ferroviário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
A Ferrovia Madeira Mamoré foi tombada primeiramente em âmbito estadual, reconhecendo como patrimônio a totalidade de sua extensão e de seu acervo conforme já transcrito anteriormente no texto do Artigo 264 da Constituição do Estado, de 28/09/1989. De acordo com Bertolo et AL(2012), a nível federal os primeiros estudos para o tombamento da ferrovia iniciaram-se ainda na década de 80. Em 1986, a Fundação Pró Memória elaborou um relatório com a “Exposição de Motivos”, sendo providenciado o inventário do acervo móvel e imóvel.
Na exposição de motivos ficou clara a necessidade do tombamento de todo o seu percurso bem como do acervo existente, como descrito no tombamento do Estado; em 1987 foi iniciado o processo de tombamento federal, que teve duração de 19 anos, tendo sido homologado em 28/12/2006.
No entanto, apesar da recomendação, apenas o Conjunto Histórico da Estrada de Ferro em seus 8 km iniciais foram tombados e parte do acervo, incluídos aí o Cemitério da Candelária e a Praça das Três Caixas D’Água. Nesse intervalo de tempo, como vimos anteriormente, o IPHAN teve sua representação aberta em Rondônia no ano de 2005.
Ao mesmo tempo da construção da ferrovia, a Madeira Mamoré Railway Co. providenciou a instalação de um hospital no sítio da Candelária. na área de seus domínios; junto ao hospital foi instalado o cemitério que deveria atender o sepultamento dos seus funcionários. O complexo hospitalar a princípio tinha instalações pequenas, mas com a gravidade das questões sanitárias encontradas no local, acabou adquirindo uma importância fundamental para o empreendimento, como veremos no capítulo 3, onde nos deteremos sobre o núcleo histórico da cidade, ao qual a Candelária pertence.
A Portaria nº 231, de 13 de julho de 2007, expedida pelo IPHAN, estabelece que o Cemitério da Candelária faça parte do conjunto histórico, arquitetônico e paisagístico da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e por ter “excepcional valor cultural”, seja integrante do patrimônio cultural brasileiro.
Também consta como bem tombado na Constituição Estadual em seu Artigo 264. Do hospital não restaram nem ruínas, mas o sítio histórico do cemitério, em estado de abandono, ainda apresenta alguns resquícios de sepulturas como podemos ver nas figuras a seguir. A Associação do Amigos da Madeira Mamoré promove anualmente no Dia de Finados, uma missa campal , em forma de protesto às péssimas condições em que se encontra o patrimônio.
Fonte: Ana Cristina Lima Barreiros da Silva.
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