Antiga Residência do Intendente Antônio Lemos
Descrição
Indiferentes às críticas, divulgadas nos periódicos locais e na forma de charges, os paraenses, de hábitos até então conservadores e limitadas aspirações, tentaram espelhar-se na França fin-de-siècle. No entanto, como o Brasil não passara por um processo de formação social, cultural e simbólica tal como o vivido na França, o que se manifestou na sociedade belenense como um clima belle époque foi um novo estado de espírito, uma contagiante alegria de viver, uma verdadeira euforia diante de tanto dinheiro. Muitas vezes sem consciência disso, e subordinando-se tanto no plano econômico quanto no intelectual, a elite da borracha encantou-se pelo francesismo que dominou o panorama espiritual da Amazônia durante o ciclo gomífero, parecendo criar ali a sua “Paris tropical”.
O embelezamento da capital paraense promovido pelo intendente Antônio Lemos não ficou restrito ao centro da cidade. Em alguns bairros, os mais próximos do centro, onde o capim e o mato predominavam, ou em outros até então alagados, despontaram suntuosas praças decoradas esteticamente com fontes, estátuas de bronze, petit bronze, pontes sobre lagos artificiais, cascatas, repuxos de água, bancos, coretos de ferro fundido, além de outros mobiliários urbanos.
Árvores frondosas sombreavam e tornavam mais aprazíveis os logradouros ajardinados com numerosas flores e vegetação tropical.
Belém guarda ainda, da época de Lemos, muita decoração art nouveau em bronze e em ferro. A quase totalidade desses materiais era importada da Europa, pois o Brasil ainda não dispunha de tecnologia para a sua produção. Esse tipo de decoração guarnece gradis, portões, janelas, escadarias e grimpas, completando de modo artístico e suave as edificações.
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