Fazenda Santa Rita

  • Fazenda
  • Valença
  • Rio de Janeiro
  • Tombado
  • Bem cuidado

Descrição

A Fazenda Santa Rita em Valença-RJ foi tombada por sua importância cultural para a cidade.

A fazenda está localizada em local privilegiado, num vale contornado por montanhas e próximo ao Rio Bonito, em frente à cachoeira de Santa Inácia. Protegida em seu entorno por uma mata secundária e jardins, não é possível avistá-la da estrada.
A casa-sede apresenta características de casarão de um pavimento sobre porão elevado do solo, constituída por um bloco retangular coberto por um telhado de quatro águas.

Acoplado ao corpo principal, encontramos o remanescente da área de trabalho para produção do café – a tulha – constituído por bloco retangular coberto por um telhado de duas águas, hoje bastante modificada devido à adaptação de uso para a função hoteleira. Em frente à casa-sede e à tulha existia o terreiro de secagem do café, atualmente coberto por um extenso gramado com jardins (f.54 e 55). Não foi possível localizar o engenho e a senzala, pois, não existem indícios no local, nem dados históricos sobre o assunto.

Baseado nessas informações não podemos afirmar que o tipo de ocupação predominante em que a casa sede “fechava um dos lados de um grande espaço quadrangular em torno do qual agrupavam-se também dependências – senzala, a tulha, engenho e as oficinas”1 foi adotado como modelo.
1.Miranda, A. R., Czajkowski, J. Fazendas – Solares da Região Cafeeira do Brasil Imperial. Rio de janeiro: Nova Fronteira.

De acordo com a análise arquitetônica das casas-sedes, divididas em cinco categorias, extraída do livro Fazendas – Solares da Região Cafeeira do Brasil Imperial, de autoria de Alcides da Rocha Miranda e Jorge Czajkowski, a casa-sede da Fazenda Santa Rita se enquadra no quinto tipo: “o casarão de um só pavimento, ou de um pavimento sobre porão alto. Sua principal característica, fora a horizontalidade, é a existência, ao centro da fachada principal, de uma escadaria de um ou dois lances levando a um patamar geralmente coberto por um copiar. Em alguns casos, essa cobertura assume as dimensões de um pórtico ou varanda, muitas vezes apoiadas sobre colunatas de ferro. A casa sobre porão alto – ou habitável – parece ser a de origem mais antiga.

São deste gênero, no século XVIII, numerosas quintas portuguesas e alguns solares brasileiros, como a Casa do Conde dos Arcos, em Salvador. Na transposição para a fazenda, esse tipo de residência fidalga sofre a simplificação de praxe, mas guarda a relação hierárquica entre o térreo e o piano nobile, o que a diferencia do sobrado, onde os dois pavimentos têm a mesma altura e geralmente servem, ambos, para habitação. O gosto pela casa térrea sobre porão baixo certamente se originou nas chácaras suburbanas, que se popularizaram durante o século XIX, e daí se espalhou tanto para o campo quanto para as cidades. Segundo A. C. da Silva Telles, térreas foram, preponderantemente, as grandes casas urbanas dos barões do café, em Vassouras/RJ.

Também nas fazendas a ausência do sobrado não significa, necessariamente, uma diminuição na importância do estabelecimento, como demonstra a Fazenda Santarém, em Bemposta/RJ. E se algumas das casas menores foram sedes secundárias de grandes proprietários rurais, construídas para serem ocupadas por seus filhos ou administradores, as outras respondem a um retraimento que os destinos da monocultura começavam a impor”.

Assim, a casa-sede apresenta características de casarão de um pavimento com porão elevado do solo, constituído por um bloco retangular coberto por um telhado de quatro águas. Se analisarmos a sua história, podemos concluir que a edificação não teve função social: a fazenda era utilizada somente para trabalho. Tal fato justifica a volumetria da edificação, expressando uma maneira de construir despretensiosa e primordialmente prática. O acesso principal ao interior da residência se dá através de uma escada perpendicular à fachada frontal, chegando ao nível da porta de entrada.
Acoplado ao corpo principal, encontramos um remanescente da área de trabalho para produção do café – a tulha, que é constituída por um bloco retangular coberto por um telhado de duas águas, mantendo uma seqüência de portas, hoje em sua maioria substituída por janelas. Encontra-se em péssimo estado de conservação.

Devido às sucessivas alterações, com o intuito de adaptá-la às necessidades de moradia e posteriormente à função hoteleira, não é possível uma leitura correta da configuração interna da casa-sede e da tulha. Tal afirmação é possível se analisarmos sua configuração em planta, notando que a referida sede e tulha fogem do sistema de proporções, relação e ritmo estabelecido por uma arquitetura neoclássica.

Essas intervenções foram: a demolição de trecho da alvenaria histórica existente na antiga tulha, onde é possível encontrar sua alvenaria de embasamento em pedra; acréscimo para criação do compartimento para banheiro; subdivisão dos cômodos para criação dos compartimentos para quartos e banheiros; inserção de escada de acesso à segunda cozinha e execução de novas alvenarias de tijolo maciço ou furado.
Os beirais da casa-sede apresentam trecho com cimalha em madeira. Já nos remanescentes da antiga tulha, estes estão descaracterizados.

Os vãos de portas e janelas apresentam esquadrias em madeira em verga reta com sobrevergas nas esquadrias localizadas na casa-sede. As janelas mantém tipos com guilhotinas e folhas cegas e nas portas há tipos com almofadadas, folhas cegas, folhas cegas com bandeira e folhas almofadadas com bandeira.

Destacam-se como elemento decorativo os cunhais em madeira.

A casa-sede apresenta estrutura autônoma de madeira de seção quadrada, com embasamento em pedra e vedações em pau-a-pique. Não foi realizada prospecção que comprove essa técnica construtiva, mas a mesma foi constatada através do afloramento da estrutura autônoma de madeira, da alvenaria de embasamento em pedra aparente e num trecho da alvenaria de pau-a-pique, também aparente.

  • Tombado em 2008
  • Jurisdição Estadual
  • INEPAC – Instituto Estadual do Patrimônio Cultural

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