Cine Teatro Independência

Descrição

A iniciativa de construção de um teatro na cidade partiu da comunidade local, através da fundação de uma sociedade cultural. A inauguração do Theatro Independência ocorreu em 21 de agosto de 1930. Segundo jornal local, o autor das plantas baixas e responsável pela execução foi o empreiteiro Joaquim Lino de Souza, e a fachada foi projetada pelos construtores Dias e Requião, de Pelotas. Possuía lotação para 796 pessoas, sendo 366 na platéia, 130 nos camarotes e 300 nas galerias. Esta lotação, porém, poderia ser elevada para mais de 1000 pessoas, pois a platéia, em caso de necessidade, comportava 250 lugares extras.

O Teatro Independência de Santa Vitória do Palmar faz parte de um conjunto de obras similares espalhadas pelo Estado. Outros exemplares são o Theatro Sete de Abril, em Pelotas e o Cine Theatro Capitólio, em Bagé. Eram equipamentos geradores de florescimento cultural, por onde passavam artistas nacionais e internacionais, aproveitando a posição estratégica das cidades próximas à fronteira com a região platina. Nos anos 1950 foi adaptado para funcionar também como cinema, passando a denominar-se Cine Theatro Independência.

O prédio foi tombado pelo Município em 2008 e declarado bem integrante do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado no mesmo ano. Desde 1993 foi transferido ao Município em regime de comodato, por tempo indeterminado.

O prédio está implantado em frente à Praça General Andréa, com fachada principal no alinhamento do passeio público e dois estreitos recuos laterais. Possuindo planta retangular e dois pavimentos, no térreo estão localizados o vestíbulo, os acessos às galerias do fundo, a platéia e o amplo palco. Os camarotes em forma de U contornam a platéia, e acima deles estão localizadas as galerias. Os camarins e sanitários localizam-se no subsolo, abaixo do palco. Como elementos originais ainda existentes destacam-se pisos de ladrilho hidráulico, luminárias, guarda-corpos trabalhados e colunas de sustentação em metal.

A fachada principal, em linguagem eclética, é dividida em panos e pilastras contínuas, com cinco portas de acesso no térreo e cinco portas-janelas com balcões e guarda-corpo em alvenaria no andar superior. As esquadrias têm caixilharia de madeira e bandeiras fixas com vidro. A platibanda é formada por panos retilíneos e curvos intercalados. A trama compositiva de fachada hierarquiza o acesso principal, valorizado pelas maiores dimensões das esquadrias e por um frontão arredondado com frisos horizontais onde se lê “Theatro Independência”. Este frontão central é ladeado pelo prolongamento das pilastras, que culminam em dois elementos decorativos em massa, representando liras.

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